Cooperativismo
Através do tempo o homem conquistou seu próprio espaço. Criou a máquina manual e, logo após, a máquina a vapor, quando se iniciou o processo industrial.
Em meados do século XVIII surgiu a chamada Revolução Industrial. A mão-de-obra perdeu grande poder de troca. Os baixos salários e a longa jornada de trabalho trouxeram muitas dificuldades socioeconômicas para a população.
Diante desta crise surgiram, entre a classe operária, lideranças que criaram associações de caráter assistencial. Esta experiência não teve resultado positivo.
Com base em experiências anteriores, buscaram novas formas e concluíram que, com uma organização formal, chamada cooperativa, e a participação dos interessados, as dificuldades poderiam ser superadas, desde que fossem respeitados os valores do ser humano e praticadas regras, normas e princípios próprios.
Reuniram-se 28 pessoas, a maioria tecelões. Discutiram, analisaram e avaliaram as ideias. Respeitaram os costumes e as tradições e estabeleceram normas e metas para a organização de uma cooperativa. Após um ano de luta acumularam um capital de 28 libras e conseguiram abrir as portas de um pequeno armazém cooperativo em Rochdale (Inglaterra), em 21-12-1844, com o nome “Rochdale Society of Equitable Pioneers”, ou seja, Sociedade Rochdale dos Pioneiros Equitativos.
E assim foi criada a primeira cooperativa de consumo, com base nos princípios cooperativos.
Primeira cooperativa
Fundadores da Sociedade Rochdale dos Pioneiros Equitativos, a primeira cooperativa (Rochdale, Ingraterra)
Ramos do Cooperativismo
As cooperativas são classificadas em ramos, de acordo com o segmento em que atuam.
Princípios do Cooperativismo
Os Princípios do Cooperativismo foram criados, estudados e avaliados por líderes e pensadores, com ideais baseados na cooperação. Estes princípios foram aprovados e colocados em prática quando da fundação da primeira cooperativa formal do mundo, na Inglaterra, em 1844.
Com a evolução e a modernização do cooperativismo e da economia mundial, os princípios cooperativistas foram reestruturados e adaptados à realidade do mundo atual, com a seguinte definição:
1º Princípio
Adesão Voluntária e Livre
As cooperativas são organizações voluntárias, abertas a todas as pessoas aptas a utilizar os seus serviços e assumir as responsabilidades como membros, sem discriminações de sexo, sociais, raciais, políticas e religiosas.
Em geral, todas as pessoas têm liberdade de associar-se a uma cooperativa. Ser associado é uma decisão individual e independe da etnia, posição social, cor, política partidária e credo.
Na conjuntura atual há alguns critérios de adesão:
a)Conhecer a doutrina, filosofia e os princípios cooperativistas;
b)Conhecer os objetivos, o estatuto e a estrutura da cooperativa;
c)Conhecer os direitos e deveres do associado;
d)Ter o firme propósito de ser um associado fiel, atuante;
e)Ser um empreendedor e acreditar na cooperativa, pois será dono, junto com os outros.
Restrições:
Cada cooperativa tem estatuto e regimento interno com normas quanto à adesão de novos associados.
2º Princípio
Controle Democrático pelos Membros
As cooperativas são organizações democráticas, controladas pelos seus membros, que participam ativamente na definição de suas políticas e decisões. Os homens e as mulheres, eleitos como representantes dos demais membros, são responsáveis perante estes. Nas cooperativas de primeiro grau os membros têm igual direito de voto (um membro, um voto); as cooperativas de grau superior são também organizadas de maneira democrática.
A cooperativa é administrada conforme a vontade dos associados. São eles que definem as prioridades com base nas necessidades e objetivos estabelecidos.
São os associados que elegem diretores e conselheiros com igualdade de voto (uma pessoa = um voto). As decisões são tomadas em assembleia geral, órgão supremo da cooperativa.
3º Princípio
Participação Econômica dos Associados
Os membros contribuem equitativamente para o capital das cooperativas e controlam-no democraticamente. Parte desse capital é, normalmente, propriedade comum da cooperativa. Os membros recebem, habitualmente, se houver, uma remuneração limitada ao capital integralizado, como condição de sua adesão. Os membros destinam os excedentes a uma ou mais das seguintes finalidades:
Os associados integralizam o capital social da cooperativa, mediante quotas-partes.
4º Princípio
Autonomia e Independência
As cooperativas são organizações autônomas, de ajuda mútua, controladas pelos seus membros. Se firmarem acordos com outras organizações, incluindo instituições públicas, ou recorrerem a capital externo, devem fazê-lo em condições que assegurem o controle democrático pelos seus membros e mantenham a autonomia da cooperativa.
5º Princípio
Educação, Formação e Informação
As cooperativas promovem a educação e a formação dos seus membros, dos representantes eleitos, gerentes e dos trabalhadores, de forma que estes possam contribuir, eficazmente, para o desenvolvimento das suas cooperativas. Informam o público em geral, particularmente os jovens e os líderes de opinião, sobre a natureza e as vantagens da cooperação.
Este Princípio objetiva o desenvolvimento cultural e profissional do associado e da sua família. A formação, a capacitação e a constante requalificação de associados, diretores, conselheiros, líderes e funcionários (colaboradores) são os objetivos desse Princípio.
A informação transparente das atividades da cooperativa, a divulgação da Doutrina, da Filosofia e dos Princípios são caminhos para o sucesso.
6º Princípio
Intercooperação
As cooperativas servem de forma mais eficaz os seus membros e dão mais força ao movimento cooperativo, trabalhando em conjunto, por meio das estruturas locais, regionais, nacionais e internacionais.
Se os associados se ajudam mutuamente, as cooperativas deverão fazer o mesmo. Só assim haverá um crescimento econômico, cultural e social dos associados e do Sistema Cooperativista.
Na era da globalização, a integração é a chave do sucesso. As cooperativas só serão eficientes se agregarem qualidade, produtividade e economia de escala nos serviços.
7º Princípio
Interesse pela Comunidade
As cooperativas trabalham para o desenvolvimento sustentado das suas comunidades por meio de políticas aprovadas pelos membros.
As cooperativas contribuem para o desenvolvimento da comunidade com a geração de empregos, produção, serviços e preservação do meio ambiente, mediante políticas aprovadas pelos seus associados.
Símbolos e Valores
Símbolo do Cooperativismo Brasileiro
Bandeira do Cooperativismo Mundial
A Bandeira do Cooperativismo, com as cores do arco-íris, foi criada pela Aliança Cooperativa Internacional (ACI) em 1923.
O Conselho de Administração da ACI em sua reunião, na Cidade de Roma, em abril de 2001, concordou em alterar a Bandeira. O motivo da alteração foi promover e consolidar claramente a imagem cooperativa, já que a mesma bandeira era usada por grupos não cooperativistas, o que causou confusões em diversos países.
A bandeira que substitui a tradicional é de cor branca e leva impresso o logotipo da ACI no centro, de onde emergem pombas da paz.
Dia do Cooperativismo
O Dia Internacional do Cooperativismo foi instituído em 1923 no Congresso da Aliança Cooperativa Internacional (ACI), sendo desde então comemorado no primeiro sábado de julho de cada ano.
Valores do Cooperativismo
As cooperativas baseiam-se nos valores de ajuda mútua, responsabilidade, democracia, igualdade, equidade e solidariedade. Conforme os seus pioneiros, o cooperativismo acredita nos valores éticos de honestidade, transparência, responsabilidade social e preservação do ambiente para o desenvolvimento sustentado.
Fonte: Sescoop/PR